Servidores federais terão reajustes diferenciados de 1% a 13%

São Paulo, dia 11 de abril – O ministro do Planejamento, Guido Mantega, anunciou ontem que os servidores públicos federais terão aumentos diferenciados entre 1,81% e 13,23%. “Tivemos de fazer um malabarismo e encontramos uma fórmula bem satisfatória. É o que se podia fazer neste momento”, disse o ministro, em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo. “Quem tem de ficar constrangido é o governo anterior, que nos deixou esse Orçamento apertado.”

A formula usada pelo governo para calcular o reajuste foi apelidada de “ Robin Hood”, pois beneficia os salários mais baixos, que, segundo Mantega, são os que também tiveram os menores reajustes nos últimos anos. Durante o governo Fernando Henrique, as carreiras típicas de Estado tiveram tratamento privilegiado, segundo o Ministério do Planejamento, conquistando reajustes bem acima da média, o que agora estaria sendo compensado. As entidades que representam os servidores públicos, mesmo aquelas categorias com salários mais baixos, consideraram insuficiente o reajuste anunciado pelo governo. “O índice não alcança a necessidade de recomposição das perdas”, disse o secretário-geral da Confederação Nacional dos Servidores Federais, Gilberto Gomes, que representa os funcionários do Plano de Cargos e Carreiras. As perdas acumuladas no governo Fernando Henrique, chegariam a 122%, alegam os sindicalistas. Os maiores protestos partiram dos professores universitários, que receberão de 2% a 4% de reajuste. “A proposta é altamente desestimulante, uma esmola, nada mais que isso”, disse José Domingues Godói, vice-presidente do Andes, Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior. Segundo ele, a categoria não recebeu nenhum grande aumento nos últimos anos que justifique o pequeno reajuste. “O mais grave é que o governo não apresentou nenhuma política para reposição das perdas. A informação que temos é de que o reajuste previsto para 2004 será inferior à inflação.”

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