STF irá julgar se candidato estrangeiro pode assumir cargo público em universidade

STF irá julgar se candidato estrangeiro pode assumir cargo público em universidade

O Supremo Tribunal Federal irá decidir se um candidato estrangeiro, aprovado em concurso público para professor, técnico ou cientista em universidade brasileira ou instituição de pesquisa científica, tem ou não o direito de assumir o cargo. O julgamento analisa o caso de um candidato iraniano, aprovado em 1º lugar no concurso para professor de informática em Santa Catarina, que teve sua posse anulada por conta da nacionalidade.

No caso, o candidato realizou e foi aprovado no concurso promovido pela Universidade Federal de Santa Catarina e pelo Instituto Federal da Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense. Por não se enquadrar no requisito do edital que determina que a nacionalidade dos candidatos seja brasileira ou portuguesa, o candidato teve sua posse suspensa.

O candidato sustentou na Justiça que há a possibilidade de estrangeiros participarem de concursos públicos no Brasil e serem nomeados levando-se em conta o que diz a Constituição Federal. O pedido pela nomeação e posse do iraniano ao cargo, no entanto, foi negado pela 2ª Vara Federal de Joinville (SC), que entendeu que as regras do edital se aplicavam apenas a brasileiros e portugueses. Tal decisão foi mantida também pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Defendendo o mesmo argumento, o candidato ingressou com recurso no Supremo Tribunal Federal. Também defende que a Constituição permite que sejam estabelecidos requisitos diferenciados para contratação apenas quando as funções do cargo exigirem. Além disso, sustenta que a impedição de sua posse viola o artigo 1º da Convenção Internacional sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, ratificada pelo Brasil em 1968, e vai de encontro a outros dispositivos do Texto Constitucional.

O tema ganhou repercussão geral em votação unânime realizada pelo Plenário Virtual do STF, o que significa que a decisão do Supremo irá nortear os julgamentos de todo o Poder Judiciário nacional.

 

Imagem: diegograndi/iStock.com

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