Credores comentam carta de protesto

O Painel do Servidor divulgou na semana passada a carta de protesto do credor Arnaldo Nogueira. Na fila para receber seu precatório desde 1994, Nogueira questiona na carta a posição dos governantes em relação aos precatórios alimentares. A carta que aponta o descaso das autoridades em relação aos precatórios ganhou repercussão no Painel do Servidor. Credores de diferentes regiões do Estado escreveram para o portal abordando a iniciativa de Arnaldo Nogueira. Veja aqui as mensagens.

“Onde estão meus direitos”

A frase acima foi citada pelo credor Arnaldo Nogueira na carta escrita por ele e enviada aos responsáveis pelo pagamento dos precatórios alimentares. Divulgada no Painel do Servidor na semana passada, a carta ganhou repercussão entre os credores do Estado. Sônia Maria, de Itapira (SP), usa a mesma frase para questionar o governo paulista em relação ao seu precatório de 1998: “Onde estão os meus direitos?”. Sônia Maria entrou com a devida ação no ano de 1989. “É um acinte o que o governo quer fazer com nossos precatórios”, coloca a credora.

Companheiro de desalento

Arnaldo Guido de Souza Coelho, de Campinas (SP), também escreveu para o Painel do Servidor para falar da carta de protesto de Arnaldo Nogueira. Leia a mensagem a seguir:

Caro Companheiro de desalento! Quanta verdade nas suas mais que justificadas expressões, vindas, percebe-se, do fundo de uma alma dolorida e que se sente, após servir ao Estado com dignidade, posto de lado como algo que não merece o mínimo respeito humano. Estou como você, dois anos mais à frente (para não dizer mais “velho”), também com precatórios a receber, aos quais (pois já submetido a duas intervenções cardíacas) já vejo mais como item de “herança” para meus sucessores. Votei no Governador Serra e também apelo a ele. Meu Governador, deste Estado de São Paulo do qual sempre nos ufanamos e procuramos servir nos limites máximos de nossa capacidade, com decência e dignidade: demonstre aos que já serviram (ou servem) o Estado de São Paulo, bem como a toda a população, que realmente temos um GOVERNO… GOVERNO! Saudações fraternas meu caro xará! Confiemos em nosso Governador!

Faço minhas as palavras do colega Jayme da Fonte Nogueira, de Peruíbe (SP), mostra-se desapontado com as últimas três administrações do governo paulista. Para o credor, essas administrações não cumpriram seu papel em relação aos precatórios alimentares. “Nesse aspecto, joguei meu voto no lixo”, declara Jayme Nogueira.

Bloquear as contas do Estado

João Paulo, de Campinas (SP), propõe a união dos credores e sugere o bloqueio das contas do Estado para o pagamento dos precatórios alimentares. Confira sua mensagem:

Prezado Arnaldo, minha mãe completará no próximo ano também 70 anos, dos quais 35 bem vividos como educadora de ensino básico, e hoje ela é refém da mesma situação que o senhor descreve. Ela tem quatro precatórios. Acredito que só temos uma chance e ela passa por denunciarmos dia a dia, nos unirmos e irmos a luta. O advogado, Sr. Sandoval, nos apóia e nos auxilia perante os tribunais, mas nós precisamos mostrar à sociedade que elege os dirigentes que eles também serão vítimas se continuarmos acreditando nesta gente e votando neles. Temos que exercer nossos direitos, buscar assinaturas e bloquear as contas dos estados para o cumprimento das leis e da Constituição. O Estado faz o mesmo conosco quando devemos algo para ele. Confisca nossas contas sem perguntar-nos, por que não podemos fazer o mesmo?

A realidade do pagamento dos precatórios

O credor Davilson Gonçalves, de Mogi das Cruzes (SP), destaca a importância de ações como a de Arnaldo Nogueira. “Faço minhas e de meu pai (já falecido em 1991) as palavras do Sr. Arnaldo”. E completa: “Fico contente por ver pessoas lúcidas como o Sr. Arnaldo no alto de seus setenta anos e ao mesmo tempo triste ao ver a realidade do pagamento dos precatórios, que infelizmente não gera voto, nem gera comissões para os corruptos de plantão, pois se assim fosse não haveria um precatório siquer pendente de pagamento”. Davilson Gonçalves sugere a união dos credores de precatórios alimentares. “Sugiro também que nós credores de precatórios nos unamos, quem sabe, em uma associação para termos mais força de reivindicar aquilo que nos é de direito”.

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